Base Aérea de Anápolis completa 50 anos

Na segunda metade da década de sessenta, a Força Aérea Brasileira passou por uma reestruturação e, uma das consequências foi o início de um sofisticado e ambicioso projeto para garantir a soberania do espaço aéreo do Brasil: o SISDACTA – Sistema de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo.

Neste contexto, inicialmente, sistemas de radares, aeronaves de interceptação dotadas de radar e supersônicas e uma nova instalação, seriam necessários para a defesa aérea da Capital Federal, Brasília, sendo escolhida a cidade de Anápolis, no Estado de Goiás, como o melhor local. Para compor o braço armado do SISDACTA foi escolhido como novo vetor de caça, o Dassault Mirage III, que na FAB recebeu a designação F-103E/D.

1972 foi um ano de muitas realizações e marcos para o SISDACTA. Em janeiro de 1972, foi criada a 1ª ALADA – Ala de Defesa Aérea, em Agosto houve a inauguração da nova pista, com o primeiro pouso ocorrido. A partir de 1º de outubro, começaram a chegar os primeiros Caças F-103E Mirage. No dia 23 de outubro ativada a 1ª Ala de Defesa Aérea, tendo como missão a Defesa Aérea do território nacional e, como primeiro Comandante, o Coronel Aviador Antônio Henrique Alves dos Santos. Uma nova era nascia, onde a Força Aérea Brasileira passaria a exercer a soberania do espaço aéreo sobre o território brasileiro. O céu é nosso!

Gradativamente, os caças Mirage eram trazidos desmontados da França para o Brasil finalizando as entregas em junho de 1973. Desde então, nos céus do Planalto Central, os voos supersônicos se fizeram constantes.

Em uma nova estruturação organizacional da FAB, em 11 de abril de 1979, foi extinta a 1ª ALADA e, em seu lugar, foram ativados a BAAN – Base Aérea de Anápolis e o 1º GDA – Grupo de Defesa Aérea. A Base Aérea de Anápolis renascia depois de 9 anos, já sendo uma pujante unidade, concebida para ser um dos pilares da Defesa Aérea do território brasileiro.

Nos anos 90, foram iniciados estudos para uma efetiva vigilância e proteção da Amazônia Brasileira, o SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia. Para tal, foi ativado o 2º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação (2º/6º GAv), responsável pela operação de novos vetores de vigilância aérea e sensoriamento remoto, os atuais Embraer E-99M e R-99. Com o nome de Esquadrão Guardião, este foi ativado em 1999 e, em 18 de janeiro de 2000, foi incorporado à Base aérea de Anápolis, trazendo a esta mais uma importante função dentro do panorama da aviação militar.

No início dos anos 2000, o envelhecimento e a obsolescência das aeronaves F-103E/D Mirage, já com mais de 30 anos de uso, sinalizavam que a sua substituição era necessária. Com a desativação dos caças Mirage III, em 2005, foram adquiridos caças Mirage 2000C da Força Aérea Francesa, mais modernos que os anteriormente utilizados, de forma temporária até que fosse adquirido um novo vetor de combate da FAB. Com a desativação dos caças Mirage 2000 em 2013 o 1º GDA começou a operar as aeronaves F-5EM Tiger II oriundas de outros Esquadrões.

Em 2016, foi integrado à estrutura e aos demais Esquadrões ali existentes, o 1°/6° Gav – Esquadrão Carcará, esquadrão equipado com as aeronaves R-35 Learjet, com sensores de reconhecimento de imagens e sinais eletrônicos. Em dezembro de 2021, o Esquadrão Caracará foi desativado.

Em 2018 mais uma grande mudança era trazida para Anápolis, o 1° GTT – Grupo de Transporte de Tropa, passando a se chamar Esquadrão Zeus, cabendo ao 1º GTT a responsabilidade pelo recebimento e implantação da mais nova aeronave de transporte da FAB, o Embraer KC-390 Millenium, um projeto da Força Aérea Brasileira e Embraer para substituição dos C-130 Hércules, utilizados na aviação de transporte. Com a chegada da primeira aeronave em junho de 2019, ampliou-se a estrutura operacional da BAAN, incorporando a missão de transporte àquelas já existentes.

No ano de seu cinquentenário, a Base Aérea de Anápolis se tornará responsável, mais uma vez, pela introdução de um vetor de alta tecnologia e elevada capacidade operacional, o F-39 Gripen. Serão recebidas 36 aeronaves que, juntamente com os E-99M, R-99M e KC-390, formarão a espinha dorsal da aviação de combate da Força Aérea Brasileira. Defender, Controlar e Integrar será o norte agora da BAAN, na realização de sua missão institucional.