< Previous9 LINHA DO TEMPO Dassault F-2000 Mirage alinhados para a decolagem. Dassault F-2000 iniciando os procedimentos para decolagem tendo apoio de solo de um Mecânico. levantamentos topográficos, estudos geotécnicos do terreno, elaboração de projetos técnicos, contratos, acordos e execução em si. Prazos foram determinados, uma vez que já havia data de chegada dos caças F-103E/D Mirage, e assim foi criada a CCBASAN - Comissão de Construção da Base Aérea de Anápolis que, pelas dimensões estabelecidas e pela função que seria desenvolvida, seria a mais moderna e importante Base Aérea da Força Aérea Brasileira e a primeira unidade específica de interceptação. Em 5 janeiro de 1972, foi aprovada por meio do Decreto 89.898, a regulamentação de ALA, na qual definiu-se que seria uma unidade administrativa que, sob um mesmo Comando, se reuniriam os meios aéreos, de apoio, suprimento, manutenção e administrativos. Com isso, foi criada na futura unidade, a 1ª ALADA - Ala de Defesa Aérea, adormecendo assim a BAAN. Assim, foi criado o Núcleo de Ala, comandado pelo Major Aviador Piragibe Fleury Curado. Em 5 de Abril de 1972 foi realizado o hasteamento do Pavilhão Nacional pela primeira vez na área em construção. “Com um pequeno grupamento de soldados e subalternos, com a Banda da Base Aérea de Brasília, a presença do Cmt do 6º Comando Aéreo Regional e todos os que trabalhávamos em silêncio, hasteamos o Pavilhão Nacional, pela primeira vez, ao lado da sede de Comando (aquela casinha de madeira ), em um “pau de eucalipto” mandado cortar pelo Maj Piragibe Fleury Curado, à guisa de mastro da bandeira. Era o nascimento da 1ª Ala de Defesa Aérea, debaixo da poeira dos tratores das obras, mas com seus atores plenos da alegria por participar, na concepção da tarefa pioneira, em caminho acelerado.” Maj Brig Ar Lauro Ney Menezes O ano de 1972 foi de muitas realizações e marcos para o SISDACTA. Em 23 de Agosto houve a inauguração da nova pista, com o primeiro pouso ocorrido. A partir de 1º de outubro, começaram a chegar os primeiros Caças F-103E Mirage. No dia 23 de outubro, foi desativado o Núcleo de Ala e ativada a 1ªAla de Defesa Aérea, tendo como missão a Defesa Aérea do território nacional e, como primeiro Comandante, o Coronel Aviador Antônio Henrique Alves dos Santos. Uma nova era nascia, onde a Força Aérea Brasileira passaria a exercer a soberania do espaço aéreo sobre o ©2016 Marcos Junglas©2006 Marco Aurélio12 LINHA DO TEMPO território brasileiro. O céu é nosso! Gradativamente, os caças Mirage eram trazidos desmontados da França para o Brasil nas asas da nossa Aviação de Transporte, finalizando as entregas em junho de 1973. Desde então, nos céus do Planalto Central, os voos supersônicos se fizeram constantes. As obras foram sendo concluídas, edificações modernas e funcionais deram forma e completaram um cenário nascido há pouco menos de 5 anos. Em uma nova estruturação organizacional da FAB, em 11 de abril de 1979, foi extinta a 1ª ALADA e, em seu lugar, foram ativados a BAAN - Base Aérea de Anápolis e o 1º GDA – Grupo de Defesa Aérea. A Base Aérea de Anápolis renascia depois de 9 anos, já sendo uma pujante unidade, concebida para ser um dos pilares da Defesa Aérea do território brasileiro. Nos anos 90, foram iniciados estudos para uma efetiva vigilância e proteção da Amazônia Brasileira, o SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia. Para tal, foi reativado o 2º Esquadrão do 6º Grupo de Aviação (2º/6º GAv), responsável pela operação de novos vetores de vigilância aérea e sensoriamento remoto, os atuais Embraer E-99 e R-99. Com o nome de Esquadrão Guardião, este foi ativado em 1999 e, em 18 de janeiro de 2000, foi incorporado à Base aérea de Anápolis, trazendo a esta mais uma importante função dentro do panorama da aviação militar. Logicamente, para também ser a casa do mais moderno esquadrão da Força Aérea à época, hangares e edificações administrativas foram incorporados ao cenário até então existente. Com a ampliação do seu escopo de atuação, a BAAN reforçaria sua importância no âmbito da FAB e no cenário militar da América do Sul. No início dos anos 2000, o envelhecimento e a obsolescência das aeronaves F-103E/D Mirage, já com mais de 30 anos de uso, sinalizavam que a sua substituição era necessária, assim, a FAB iniciou o Projeto F-X para a aquisição de um novo vetor para a sua substituição. Em 2003, o projeto F-X foi suspenso e foram frustradas as expectativas de substituição dos caças. Com a inevitável desativação dos caças Mirage III, a BAAN perderia a capacidade de uma de suas atividades fim: a defesa do espaço aéreo da Capital Federal. Para que pudesse manter esta capacidade, mesmo que de uma maneira limitada, houve a rotatividade na operação entre caças Northrop F-5E Tiger II deslocados do 1º GAvCA– Esquadrões Jambock e Pif-Paf e do 1º/14º Gav Passagem em ala dos Embraer E-99 e R-99. Embraer R-99 na final para pouso.13 LINHA DO TEMPO – Esquadrão Pampa. Também neste período, para manter a proficiência de seus pilotos, o 1º GDA utilizou aeronaves AT-26 Xavante. Em 2005, ainda sem previsão de aquisição de um novo vetor de combate, foram adquiridos caças Mirage 2000C da Força Aérea Francesa, mais modernos que os anteriormente utilizados, mas de segunda mão, para serem utilizados de forma temporária até que um novo processo de aquisição fosse reiniciado e finalizado. Assim, o nome Mirage ainda continuaria por mais alguns anos associado à BAAN, até a sua desativação programada para 2013. Após este ano, os pilotos do 1º GDA, durante os anos de 2014 e 2015 voaram em aeronaves F-5EM Tiger II de outros Esquadrões até a transferência de aeronaves para dotação em definitivo do esquadrão, os quais voam até hoje. Em 2010, o Comandante da Aeronáutica, Ten Brig do Ar Juniti Saito, em uma justa e merecida homenagem, assinou uma portaria, determinando que toda a área onde se encontra a BAAN, fosse denominado Campo Marechal Márcio de Souza Mello, incentivador de um dos mais ambiciosos projetos militares já implantados no Brasil e que, diretamente, foi responsável pela criação da Base Aérea de Anápolis. Em 2015, a FAB iniciou um amplo e ousado processo de reestruturação, orientado pela concepção estratégica, visando uma Força Aérea mais eficaz no desempenho de suas atribuições. Assim, em 18 de janeiro de 2017, foi desativada a Base Aérea de Anápolis dando lugar à Ala 2, com as unidades aéreas, e ao GAP, Grupamento de Apoio, com as atividades administrativas. Em 2016, foi integrado à estrutura e aos demais Esquadrões ali existentes, o 1°/6° Gav – Esquadrão Carcará, esquadrão equipado com as aeronaves R-35 Learjet, com sensores de reconhecimento de imagens e sinais eletrônicos, transferido da Base Aérea de Recife-PE. A passagem pela BAAN foi rápida, sendo que em dezembro de 2021, após 70 anos de serviços operacionais, o esquadrão foi desativado. Em Junho de 2018 mais uma grande mudança era trazida para Anápolis, o 1° GTT - Grupo de Transporte de Tropa, passando a se chamar Esquadrão Zeus, o qual foi transferido do Rio de Janeiro. Coube a Ala 2, através do 1º GTT a responsabilidade pelo recebimento Vista frontal do KC-390 Millennium. Ao fundo nota-se a estrutura do futuro hangar do Esquadrão Zeus. KC-390 Millennium decola para mais um missão.14 LINHA DO TEMPO e implantação da mais nova aeronave de transporte da FAB, o Embraer KC-390 Millenium, um projeto da Força Aérea Brasileira e Embraer para substituição dos C-130 Hércules, utilizados na aviação de transporte. Com a chegada da primeira aeronave em junho de 2019, ampliou-se a estrutura operacional da Ala 2, incorporando a missão de transporte àquelas já existentes. Em meados de 2020, também através de uma reestruturação, foi ativada novamente a BAAN, absorvendo todas as funções administrativas para dar apoio à Ala 2 e às unidades aéreas ali existentes, tomando o lugar do GAP. Recentemente, em fevereiro de 2022, a partir da experiência dos últimos anos e visando fortalecer a Unidade de Comando, a identidade da Organização Militar e garantir a sinergia entre as atividades operacionais e administrativas, a Ala 2 foi desativada, dando lugar à nova estrutura de Base Aérea, com seus 5 Grupos subordinados e com a responsabilidade de gerenciar todas as atividades da Guarnição e subordinada ao Comando de Preparo, por intermédio do VI Comando Aéreo Regional. Essa é a estrutura da Base Aérea de Anápolis que se tornará responsável pela introdução de um vetor de alta tecnologia e elevada capacidade operacional, o F-39 Gripen. Adquirido por meio do Projeto F-X2, serão recebidas 36 aeronaves que, juntamente com os E-99M, R-99M e KC-390, formarão a espinha dorsal da aviação de combate da Força Aérea Brasileira. O futuro chegou! Learjet R-35A . Learjet R-35AM.15 LINHA DO TEMPO INTERCEPTAÇÃO DO ILYUSHIN-62 P lanejada e concebida para permitir a execução da expressão máxima do poder aéreo, a defesa aérea, a Base Aérea de Anápolis ouviu o som do alarme do caça de alerta muitas vezes por conta dos treinamentos ordinários, bem como em razão de diversos acionamentos reais, o adrenalizante “rojão de fogo” ou “scramble” como ensina o jargão aeronáutico. Um desses acionamentos foi protagonizado pela aeronave Ilyushin IL-62, matrícula CU-T1225 da Cubana de Aviación, que em 09 de abril de 1982 invadiu o espaço aéreo brasileiro sem observar as Regras do Ar. A bordo encontravam-se interesses cubanos com destino à Argentina para tratar de questões relacionadas ao conflito então em curso entre aquela nação e a Inglaterra sobre as Ilhas Falklands/Malvinas. Era uma noite chuvosa de uma Sexta-feira Santa com pouco efetivo de serviço na unidade e com todos sofrendo os efeitos das pesadas chuvas e da reduzida capacidade do sistema de emergência de energia elétrica, então utilizado por força das circunstâncias. Quase exatos três anos após sua instalação o sistema de armas demonstrou toda a sua capacidade, com os radares do CINDACTA I localizando e vetorando os F-103 do 1º GDA diretamente para a interceptação da aeronave hostil, então um mero plot de radar, que aproximava-se da capital federal. Realizada a interceptação, identificado o alvo e iniciadas as manobras persuasivas para que a mesma obedecesse às ordens de pouso notou-se o desdém do piloto cubano, que somente motivou- se a obedecer após os F-103 demonstrarem seu poder de fogo, tendo sido escoltado de perto até o pouso na pista do Aeroporto Internacional de Brasília. Tendo a FAB demonstrado, em sua primeira interceptação real a uma aeronave hostil que mesmo em condições marginais de operação Anápolis e todo sistema de defesa aérea estavam amadurecidos e aptos a prover a segurança do espaço aéreo nacional em quaisquer condições. ©2005 Gustavo Maia©2021 Juliano Lisboa18 UNIDADES DE APOIO DA BAAN GAC INFRA-AN Com a chegada dos novos vetores da Força Aérea Brasileira, o KC-390 e F-39 Gripen tornou- se necessário uma reestruturação física da Base Aérea de Anápolis. O Grupamento de Acompanhamento e Controle de Infraestrutura de Anápolis (GAC INFRA-AN) é formado por militares especializados nas áreas de engenharia e arquitetura, além do administrativo. Sendo uma Organização Militar com a finalidade de gerenciar os contratos e convênios, planejar, coordenar, controlar e executar as atividades relacionadas ao início, à fiscalização e aos recebimentos das obras de reforma dos prédios já existentes e a construção das novas instalações e de reforma das instalações existentes. PAAN A Prefeitura de Aeronáutica de Anápolis (PAAN) foi criada em 1973 e tem por missão administrar os imóveis residenciais pertencentes à união e jurisdicionados ao Comando da Aeronáutica, na cidade de Anápolis. A PAAN conta com um total de 495 próprios nacionais residenciais (PNR), destinados a prover o apoio de moradia, de forma eficiente e oportuna, ao efetivo militar e seus dependentes. As ações da PAAN contam com o apoio administrativo da Base Aérea de Anápolis e são pautadas por valores, dentre os quais o foco na missão, a primazia no atendimento, a vinculação às normas legais e regulamentares, bem como a transparência na gestão. Obras de construção do futuro Hangar do Esquadrão Zeus.Sede da Prefeitura da Aeronáutica de Anápolis localizada na Vila dos Oficiais. Next >